'Sinto falta das conversas. A sério, o que mais me faz falta são as tuas histórias. E nem sequer eras boa conversadora: eras mais teimosa que eu, o que nunca deu resultado porque eu sempre fui teimosa o suficiente para as duas. Mas a conversa faz-me falta, bem mais do que aquelas semanas em que não nos tratámos pelo primeiro nome, ou aquelas horas entre dois comboios. Quando lá passo, sorrio. Mas não sinto falta daquilo, sempre nos demos melhor pelo primeiro nome - ou quando, ainda antes, davas uso à alcunha que também tu me deste. E eu fingia, muito mal, que ficava danada por me chamares criança.
Sinto falta das conversas, já te disse. Não suporto a diferença de um dia sem saber que estiveste a aturar aqueles loucos. Quando ainda falávamos (e eu nunca tinha tempo) era sagrado eu sentar-me com o computador nas pernas e esperar por ti. Às vezes tinha de esperar, porque vinha tão certa da conversa que não me apercebia que era ainda cedo para conversar. Depois tu dizias que aquilo nem era conversa nem era nada, porque eu não falava. Não vais acreditar, mas era como se eu nem devesse falar. É como quando nos contam uma história e queremos saber o final: não perguntamos nada, porque isso só vai atrasar o desfecho. Mas tu querias conhecer(-me) - e eu achava que isso era contigo, eu não tinha nada a ver com isso.
Aquelas conversas, quando ficávamos acordadas até depois de ser muito tarde (e tu tinhas trabalho para fazer e eu tinha escola) eram tudo o que podia querer no dia. Era chegar a casa, depois de ligar o computador. Se pudesse, tinha feito as malas e mudava-me para a tua janela de conversação. Estava-se lá tão bem.
(...)Depois tu calaste-te, eu calei-me e não falámos mais. Mas hoje ainda quero conversar contigo. E juro que é sem segundas intenções. Tu, melhor que muitos, sabes que eu sou só conversa. Só queria que fosses, outra vez, aquela janela perfeita.'
Sinto falta das conversas, já te disse. Não suporto a diferença de um dia sem saber que estiveste a aturar aqueles loucos. Quando ainda falávamos (e eu nunca tinha tempo) era sagrado eu sentar-me com o computador nas pernas e esperar por ti. Às vezes tinha de esperar, porque vinha tão certa da conversa que não me apercebia que era ainda cedo para conversar. Depois tu dizias que aquilo nem era conversa nem era nada, porque eu não falava. Não vais acreditar, mas era como se eu nem devesse falar. É como quando nos contam uma história e queremos saber o final: não perguntamos nada, porque isso só vai atrasar o desfecho. Mas tu querias conhecer(-me) - e eu achava que isso era contigo, eu não tinha nada a ver com isso.
Aquelas conversas, quando ficávamos acordadas até depois de ser muito tarde (e tu tinhas trabalho para fazer e eu tinha escola) eram tudo o que podia querer no dia. Era chegar a casa, depois de ligar o computador. Se pudesse, tinha feito as malas e mudava-me para a tua janela de conversação. Estava-se lá tão bem.
(...)Depois tu calaste-te, eu calei-me e não falámos mais. Mas hoje ainda quero conversar contigo. E juro que é sem segundas intenções. Tu, melhor que muitos, sabes que eu sou só conversa. Só queria que fosses, outra vez, aquela janela perfeita.'
Se me permites... É que gostei tanto...
Pergunto-me, que mais trazes nesse teu caderno?
1 comentário:
permissão concedida.
há pouca coisa nesse meu caderno que não conheças. histórias que te vão parecer roubadas. afinal, eu é que devo pedir permissão...
"É que gostei tanto".
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