segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mô ou Moss

Os prédios são baixos e as casas brancas. O céu está azul e sem nuvens e à noite vê-se as estrelas. No jardim cheira a relva acabada de cortar e quando há uma brisa sente-se o cheiro da ria. As gaivotas cruzam os céus, ao pôr do sol é a vez das cegonhas e à noite o céu pertence aos morcegos.

Estamos em Agosto e está tudo na praia ou no trabalho.

As pessoas falam alto, especialmente os meus vizinhos da frente, mas a maioria dos dias são silenciosos. E de vez em quando lá se ouve as obras, os carros ou motas a passarem. Sem trânsito ou buzinadelas.

Nalguns dias sento-me na esplanada com vista para o jardim a escrever. A senhora já sabe o que quero e na grande maioria das vezes ainda nem sequer me aproximei do balcão e já tenho o café à minha espera.
Noutros vou passear à beira-mar. Sento-me na relva à sombra de uma árvore e ali me deixo estar a ler ou a ver as pessoas passarem, os reflexos na água e a sentir o cheiro.

É calmo, silencioso e sossegado.
Às vezes gosto, mas é-me tudo estranho aqui.




Koop - Koop Island Blues

2 comentários:

Ana disse...

Tu é que te sentes estranha, como se não pertencesses a lado algum

Paula Baltazar Martins disse...

Talvez porque não sintas que a tua casa fica nesse lugar, talvez porque não tenhas aí quem te faça sentir em casa...

Boa semana.