No primeiro final de tarde, após a mudança fui até à janela apreciar o pôr do sol e... Vi uma cegonha passar a voar. Daquelas imagens de postais, com um céu com cores lindissimas e a cegonha a voar mesmo pelo meio daquelas cores todas.
Tive pena de não ter a máquina à mão para capturar o momento, apesar de este ter ficado na memória. E fiquei contente porque à muito tempo que não via cegonhas. E desde então também, nunca mais as vi.
À noite, antes de ir para a cama volto a ir à janela fumar o cigarrinho da praxe. E fico a ver os morcegos a voarem. Também já não os via à muito tempo. Agora são a companhia que tenho, para observar entenda-se, todas as noites antes de ir para a cama. Isso e os gatos na rua a passearem.
Esta semana tirei um dia e fui também conhecer a ilha. Nunca lá tinha ido. Acordei de manhã, apanhei o barco e lá fui eu... E mais uma data de gente. Ia a meio caminho e já estava a pensar que me ia arrepender... Com tanta gente que já tinha apanhado o barco e mais quem ainda o ia fazer, imaginei que ia encontrar mais um sitio apinhado de pessoas. Mas não... Bastou andar um bocado e encontrei o meu canto. Em silêncio, longe de toda a gente. Andei e muito, mergulhei e apanhei sol. Ouvi o mar e li um livro.
Em poucas palavras, paz e sossego, um momento raro na praia em pleno Agosto pelo sul do país. Já ao pôr do sol, apanhei o barco de volta e cheguei a casa. Relaxei e por isso um dia inteiro de praia nunca me soube tão bem nos últimos tempos, como este.
De resto os dias continuam a passar iguais, uns atrás dos outros.