domingo, 24 de maio de 2009

Recados


Era uma vez um gato, um rato e um elefante cor-de-rosa.
Os três davam-se bem e passavam bastante tempo juntos.
Mas certo dia o gato virou-se para o rato e disse:
"A partir de hoje não te podes dar mais com o elefante cor-de-rosa. Não podes falar, nem pensar nele."

E o rato assim o fez. Os dias foram passando e ele só pensava que não podia pensar no elefante e assim acabava por só pensar nele e ia ficando cada vez mais triste, porque sabia que era importante para o gato que ele esquecesse o elefante.
E o gato continuava a insistir com o rato para esquecer o elefante, mas no fundo sabia que o rato não o conseguia fazer e isso magoava-o.
O elefante cor-de-rosa também estava triste. Afinal o rato não o tinha esquecido... Mas ele sabia que a situação estava a custar muito ao rato e isso entristecia-o. E apesar de compreender o gato, estava zangado com ele, porque sabia que o rato estava magoado com tudo isto. E o que ele queria era voltar a ver o sorriso do rato e não os seus olhos tristes.
E quanto mais o gato insistia com o rato para ele não pensar no elefante cor-de-rosa, mais dificil se tornava para o rato conseguir fazê-lo.

Porque por mais que se queira, não se apagam certas coisas da memória, muito menos de um dia para o outro.
E porque se alguém disser que ali no canto do vosso quarto está um elefante cor-de-rosa, mas para vocês não olharem nem pensarem nele, e mesmo sabendo que não existem elefantes cor-de-rosa, a tendência é exactamente olhar e/ou ficar a pensar nisso.
Mesmo que não o queiram.

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