"- Se os homens vivessem eternamente, sem nunca desaparecerem deste mundo, sem nunca envelhecerem nem perderem a sua saúde, acreditas que se davam ao trabalho de queimar neurónios a pensar nisto e naquilo, como nós fazemos? Quero dizer, nós reflectimos sobre tudo e mais alguma coisa: filosofia, psicologia, lógica, Religião, Literatura. Acreditas realmente que se a morte não existisse, essas ideias e esses conceitos tão complicados não estariam condenados a desaparecer da face da Terra?
(...)
O que penso é que as pessoas são obrigadas a reflectir sobre o significado da vida precisamente porque sabem que acabam por morrer um dia. Certo? Quem é que se daria ao trabalho de pensar a sério sobre o facto de estar vivo, se soubesse que continuaria a viver tranquilamente para sempre? Qual seria a necessidade?
(...)
Mas as coisas, na realidade, não são assim. Temos obrigação de pensar neste instante, aqui e agora. (...) Ninguém sabe o que se vai passar. Por isso é que, dê lá por onde der, precisamos da morte. É o que nos faz seguir em frente. (...)"
Haruki Murakami - Crónicas do Pássaro de Corda
Nunca tinha pensado seriamente e deste modo sobre o assunto. Faz-me sentido, mas nunca tinha realmente parado para pensar nisso.
E agora regresso á leitura. Boa semana para tod@s.
2 comentários:
É uma das verdades. Isso faz todo o sentido mas quem disse que quem acredita na eternidade a vê como "viver tranquilamente para sempre"? Depende qual o objectivo que e vê na eternidade. É como os pequenos objectivos que seguimos na vida, não fazem sentido se não existirem. Assim é cada uma das vidas que temos. Interessa é lutar para fazer o melhor na nossa vida, independentemente de se acreditar na eternidade.
Outra coisa, muito gente não sente assim. Sente é que "só temos uma vida, vamos é curtir!".
Amor é algo inevitável...
um abraço
tulipa
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